QUADROS E IKEBANAS

Esta colunista ao lado de Gustavo de Sá Pereira (Fundação Mokiti Okada)
Crédito: Zelinda Fialla

Aconteceu na última quinta (11), no Espaço de Arte da Fundação Mokiti Okada, a abertura da exposição de quadros “Raízes” e exposição de ikebanas em comemoração aos 40 anos da Academia Sanguetsu no Brasil. As lindas exposições, quadros e ikebanas, permanecerão aberta para visitação até domingo (14).

Sobre o Ikebana:
O Ikebana originou-se das ofertas de flores diante dos altares budistas. Graças ao amor pela natureza, próprio do espírito japonês, foi evoluindo através dos séculos e se transformando segundo os vários estilos de vida, até suas formas se fixarem definitivamente. Muito mais do que simples forma de arte, o Ikebana pode ser também considerado um ato religioso. Ele traz em si muitos significados e é uma arte de caráter místico. Seu praticante deve seguir alguns conceitos básicos, mas também tem de estar em perfeita harmonia com a natureza, para que a sua imaginação possa fluir em um belo arranjo. Segundo os mestres, o Ikebana possui também qualidades terapêuticas, já que harmoniza e embeleza ambientes.

Sobre o Vidro:
A história do vidro remonta há alguns milênios com disputas entre quem seria o descobridor do vidro, como fenícios, persas, romanos, egípcios, bizantinos e chineses, mas segundo Plínio, o Velho, século 1 d.C., os fenícios seriam os primeiros a reproduzir, depois de longa observação o “fenômeno natural de aquecimento e fusão sílica pela ação de um raio, formando uma placa translúcida de vidro ou cristal”.
Porém, isso são vestígios arqueológicos, pois a presença de contas de vidro colorido, colares, brincos e frascos encontravam-se nas tumbas dos faraós, anterior aos encontrados com os fenícios.
Mas tudo leva a crer que a descoberta do vidro está na região do Mediterrâneo. Os sírios inventaram a técnica do vidro soprado, levando a um melhor acabamento e beleza. Os romanos levam a glória por difundir a arte por toda a Europa Ocidental e Oriente Próximo, por meio de seu vasto império mercantilista. Devemos destacar que quanto mais complexa a produção de vidro, mais estava presente nas casas de patrícios e das igrejas, destinando-se os objetos de uso mais cotidiano e simplificado para a população.
Os romanos ainda combinaram o vidro com outros tipos de materiais, tais como o ferro e chumbo, criando inúmeros vasos ornamentais e mosaicos elaborados com uma grande habilidade, fundamentais para a produção de vitrais.
Durante a Idade Média a arte vidreira manteve-se viva, apesar de períodos bastante conturbados, e Constantinopla tornou-se refúgio de artistas que acabaram por receber influências helenísticas e árabes que enriqueceram a qualidade da fabricação do vidro, como o uso de vidros coloridos.
Extremamente versátil, o vidro é um suporte fascinante. A pesquisa plástica, usando este material – um líquido, com características de sólido – vem sendo um desafio constante.
Extremamente frágil, porém eterno, o vidro tem características que impressionam: pode ser translúcido, opaco, incolor, colorido, liso, texturizado… que combinadas resultam, muitas vezes em beleza plástica excepcional.
Muitas vezes associado apenas aos utilitários, o vidro se incorpora cada vez mais como meio de pesquisa de artistas contemporâneos em todo mundo: o caminho a ser percorrido é longo, mas promete ser fascinante.

Local: GALERIA DE ARTE FUNDAÇÃO MOKITI OKADA
Período de exposição: De 11 a 14 de agosto de 2014.
Endereço: RUA MANOEL EUFRÁSIO, 1400 – CENTRO CÍVICO – CURITIBA -PR
Informações: Tel.: (41) 3026-3347
Horário de visitação: Segunda à sexta das 9h às 20h/ Sábados das 9h às 18h
ENTRADA: FRANCA
CLASSIFICAÇÃO: LIVRE

 

Marcia Caron (professora senior da Academia Sanguetsu) e Zelinda Fialla (diretora do Museu do Boneco Animado).
Crédito: Katia Velo

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*