MUSEU BOULIEU – CAMINHOS DA FÉ

Jacques Boulieu e Prefeito Angelo Oswaldo durante a entrega da Medalha Aleijadinho. Neno Vianna
Foto / Divulgação ASCOM/PMOP

Casal franco brasileiro cria novo Museu em Ouro Preto

Durante cinquenta anos de casamento, Maria Helena e eu visitamos o Brasil, a Europa, as Americas e a Asia, colecionando objetos de arte sacra, ligados à historia das Grandes Descobertas e à fabulosa expansão da Espanha e de Portugal a partir do século XV.

Decidimos, agora, doar à Arquidiocese de Mariana mais de mil destas obras, escolhidas entre as mais importantes, por seu valor artistico, cultural e histórico para constituir o acervo de um novo Museu de arte sacra em Ouro Preto.

O MUSEU

Apresentando um conjunto diversificado e coerente de objetos de arte sacra que ilustram a expansão da civilização e da fé cristã, o Museu reunirá peças de arte colonial provenientes dos imensos territórios descobertos das Américas até as Filipinas pelos grandes navegantes e cristianizados pelos religiosos que os acompanhavam.

Será instalado em Ouro Preto, cidade inscrita no Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, num prédio cedido pela Prefeitura, que está sendo restaurado. Sua pedra fundamental será inaugurada no dia 30 de Novembro de 2012.

Diversificado mas coerente, este conjunto deve a sua originalidade à proveniência das obras e à sua variedade.

Obras de escultura, pintura e prataria coabitam, realizadas nos mais diversos materiais, prata, marfim, pedra sabão, pedra de Huamanga, terracota, jacarandá, madeira policromada e dourada.

Entre as peças brasileiras, as mais numerosas, acham-se móveis, imagens e oratórios de Pernambuco, Maranhão, Bahia, entre outras regiões do Norte e Nordeste.

A habilidade dos escultores e douradores é revelada pelas ricas imagens barrocas de Minas Gerais. Imaginação e criatividade florecem com alegria e ingenuidade nas obras dos artesãos do Nordeste.

A América Latina ocupará um espaço importante, com a prataria, os quadros da escola de Cuzco e as imagens esculpidas pelos descendentes dos índios precolombianos.

Provenietes das legendárias e longinquas terras da Ásia, Índia, Ceilão e Filipinas, as imagens de marfim ou de madeiras preciosas enriquecerão o conjunto pelas características orientais.

INSTITUTO CULTURAL

Donatário da coleção, o Arcebispado de Mariana será o proprietário das cerca de 1200 peças doadas.

A coleção será depositada no Museu, responsável pela sua apresentação e conservação.

O Museu será administrado pelo Instituto Cultural do Divino Espírito Santo, juntamente com a Arquidiocese.

FINANCIAMENTO DO MUSEU

O projeto dispõe de duas grandes vantagens:

* Um importante acervo de alto valor artístico e cultural

* Um local bem adaptado a sua finalidade e bem situado

Um dossiê do projeto museográfico completo está sendo preparado e será apresentado ao Ministério da Cultura.

Os apoios necessários à realização do projeto serão bem-vindos. Os patrocinadores beneficiarão das vantagens fiscais decorrentes da Lei Rouanet.

QUEM SOMOS

Moramos no Rio de Janeiro. Temos uma casa em Ouro Preto. Em seu jardim estão os vestígios de uma antiga mina de ouro.

Pianista, Maria Helena estudou em Belo Horizonte, especializando-se no Rio de Janeiro. Fez parte da Casa Civil do Presidente Getúlio Vargas e do Presidente Juscelino Kubitschek.

Na França, estudei tecelagem, administração de empresas e Direito, sempre apaixonado pelas belas igrejas românicas e góticas. Partí para Buenos Aires em 1951, mudando para São Paulo em 1953 e para o Rio de Janeiro em 1957. Conselheiro em organização, produtor de filmes documentários, fui, depois, durante trinta anos, delegado de SANOFI BEAUTÉ para a América Latina.

Foi em Minas Gerais e no Nordeste do Brasil que voltei a encontrar as emoções da minha juventude. Como Germain Bazin, fui seduzido pelas igrejas coloniais e pelo barroco mineiro.

Mais tarde, Maria Helena e eu, descobrimos a maravilhosa arte colonial do Peru, da Bolívia, da América Central, do México. A Ásia nos atraiu. Seguimos os caminhos dos navegantes portugueses, e de São Francisco Xavier, visitando a Índia, Malacca, a Indonésia, Macau. Reencontramos a arte colonial hispânica nas Filipinas.

A EXPOSIÇÃO « CAMINHOS DA FÉ »

Esta exposição, maquete do Museu, foi montada pelo Instituto Cultural Brasileiro do Divino Espirito Santo, em Abril de 2009 em Ouro Preto, com o apoio da Embaixada da França, e teve duração de três meses.

Sua inauguração marcou o inicio do “Ano da França no Brasil”. A exposição obteve boa cobertura de imprensa e pode ser encontrada na Internet.

Fonte: Jacques Boulieu

 

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