Escola alerta de forma inusitada para doenças psiquiátricas comuns na infância

Instituição do interior do Mato Grosso usa o muro para alertar a comunidade sobre transtornos mentais apresentados em 20% de todas as crianças do mundo

 

Crédito: Divulgação

A falta de informação faz com que muitas doenças psiquiátricas sejam encaradas de forma controversa pela sociedade. Falar no assunto é debater um tabu. Fora do meio médico, essas manifestações ainda são tratadas, com bastante frequência, como fraqueza, frescura ou incapacidade. Segundo especialistas, boa parte dos transtornos mentais começam a se manifestar já na infância e o diagnóstico precoce é importante – porém, nem sempre fácil de ser identificado. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 20% de todas as crianças do mundo apresentam algum tipo de transtorno mental.Ignorar os sinais dessas doenças pode comprometer o desenvolvimento. Além disso, quando o diagnóstico é realizado de forma criteriosa e precoce, a doença pode desaparecer na vida adulta. Portanto, informação é fundamental para ajudar a resolver o problema.

Depois de promover inúmeras palestras que pudessem orientar os pais a respeito do tema, a direção do Colégio Centro Integrado, em Rondonópolis, interior do Mato Grosso, encontrou uma maneira inusitada de chamar a atenção para o assunto: os muros do colégio foram ocupados com enormes painéis que trazem informação sobre autismo, dislexia, síndrome de Asperger e transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, doenças que, atualmente, afetam um número cada vez maior de crianças. Conhecer sobre o tema pode ajudar os pais a identificarem os sinais que esses transtornos apresentam. Os painéis foram instalados nos mais de 100 metros de muro que a escola possui.

“Já tínhamos promovido palestras sobre o assunto, mas sem conseguir despertar o interesse dos pais. E quando é preciso conversar a respeito com algum pai ou mãe, encontramos muita resistência, então achamos que o muro da escola era o espaço ideal para causar impacto e chamar a atenção”, afirma Iracema Peixoto, diretora do colégio. A preocupação da escola é oferecer aos pais a chance de um olhar mais cuidadoso sobre seus filhos e também promover a inclusão de crianças com algum transtorno mental por meio da conscientização de toda a comunidade escolar. Segundo Iracema, o objetivo da ação foi cumprido. A iniciativa chamou a atenção não apenas dos pais, mas de toda a comunidade, que passa pelo local em busca de informação. Ações como essa reforçam o papel da escola moderna, que vai além de apenas repassar conteúdos e garantir o aprendizado de seus estudantes. A gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, Milena Fiuza, afirma que, muitas vezes, transtornos dessa natureza são comumente reconhecidos antes pelos professores que pela própria família, já que a criança tem na escola maior oportunidade de interação com outras crianças e é desafiada o tempo todo durante o processo de aprendizagem. “Em casos assim, pais e escola precisam andar de mãos dadas. Os sintomas descritos pelos professores não devem nunca ser ignorados pela família”, destaca Milena.

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