ENTREVISTA EXCLUSIVA COM A NOSSA MENINA DO PARANÁ – MICHELLY CORREA

Para celebrar e homenagear nosso Paraná, no mês em que comemoramos o dia Nacional da Cultura (5).

Michelly Correa. Crédito: Divulgação

ENTREVISTA ESPECIAL COM MICHELLY CORREA  

Michelly Correa, a nossa menina do Paraná, a nossa Dora Aventureira, a nossa Alice no País das Maravilhas, tudo isso e um pouco mais, concedeu uma entrevista exclusiva para a Coluna KV.   

Que o Paraná é um estado cheio de histórias, riquezas, belezas e delícias, a gente sabe, mas muitas outras coisas que a gente nem faz ideia, a Michelly nos apresenta com seu jeitinho especial.  E sabe o que é extraordinário! Ela mostra cada canto com tanto encanto, com brilho nos olhos e com genuína vontade de ouvir (algo raríssimo hoje em dia).  

Michelly Correa é apresentadora do Plug na RPCTV, o programa tem espírito aventureiro, desperta a curiosidade nata de quem quer “turistar” pelo Paraná. No programa, as descobertas, curiosidades e belezas paranaenses são guiadas pela apresentadora Michelly Correa, com toda a sua energia e simpatia.  

O Plug é o programa para quem quer conhecer o Paraná. Vai ao ar, todos os sábados, às 14h10. Vamos saber um pouco mais sobre a menina de cachos nos cabelos, olhos brilhantes e sardas fofas, a apresentadora espevitada Michelly Correa.  Acompanhem a seguir:  

Michelly com sua mãe. Foto: Arquivo pessoal

Michelly com sua irmã mais velha. Foto: Arquivo pessoal
Michelly com Dna. Nenê (98 anos), fã do programa Plug, recebendo homenagem. Foto: Arquivo pessoal

Michelly do Rocio Correa, um passarinho me contou que o Rocio é devido uma promessa? Conte-nos um pouquinho sobre esse presente. 

MC – Foi uma promessa da minha mãe devido à perda de seu primogênito. Como o primeiro filho foi um natimorto, ela não quis arriscar os próximos filhos e fez a promessa de acrescentar o segundo nome dos filhos com homenagens. A segunda irmã leva nome de Nossa Senhora de Fátima e eu, terceira filha, Nossa Senhora do Rocio. O mais engraçado é que há poucos anos, uns 4, descobri que Nossa Senhora do Rocio é padroeira do Paraná. Me senti honrada. Já fiquei filosofando… 

Michelly Correa – ação social. Crédito: Divulgação

Você tem um lado artístico (eu já desconfiava rsrs) moldado por aulas de teatro, desenho, canto. Você acredita que essa bagagem ajuda no seu trabalho de “turistar” pelo Paraná?  

MC – Costumo dizer às pessoas que “ninguém é um jarro vazio”, e tudo o que se aprende, soma. Eu adoro estudar, procurar respostas, perguntar, entender como o outro vive, crenças, valores, enfim, filosofar… E quando “me encontro”, posso estar disponível a ouvir e compreender o outro. Então, essa bagagem me acrescenta. Cada lugar, soma. Cada pessoa deixa alguma coisa e leva algo também, quando está disponível ….Não , não é fácil. Mas vai no erro, acerto, tentativa. Isso é viver. 

Michelly Correa em uma das edições do Plug. Crédito: Divulgação

O Paraná tem 399 municípios, desses 220 possuem potencial de turismo tanto para negócios, entretenimento, entre outros. Mas, sempre há o que mostrar quando há curiosidade e vontade de aprender. O que te move a conhecer novos lugares?  

MC – Gente. Acolhimento. Pertencimento. Curiosidade. Autoestima. Inclusão. Acredito que isso me move. Quando estou fazendo produção para algumas cidades e o(a) entrevistado(a) do outro lado da linha telefônica me estende a mão, fica ainda mais agradável. Tem troca. São as pessoas que falam, escrevem e levam as histórias adiante. E ninguém e nenhum lugar é “um jarro vazio.”
 E mesmo a cidade tendo sido visitada, depois de um tempo, ao ser revisitada há sempre algo novo e surpreendente.

Cite algumas experiências que ilustram essas mudanças positivas.

Michelly Correa. Crédito: Divulgação

MC – Eu poderia filosofar sobre cachoeiras, trilhas e voos. Nunca vamos aos mesmos lugares com as mesmas pessoas. As águas da cachoeira se renovam. As trilhas possuem “vidas”. E os ventos que sopram sempre levam para diferentes chegadas. E o que dizer das pessoas?!  (“Aspas para as  filósofadas internas”) Quando falamos em lugares, muitas vezes, os munícipes cobram do poder público uma revitalizada de determinada praça, parque, monumento ou marco, logo após aparecer na tv. Mostrar que determinada cidade possui lugares desconhecidos pelos moradores, aprender sobre a história do rio que corta a região, ver o seu vizinho na tv, a cidade que se vive, gera um senso de pertencimento. Estou sendo visto. Sim, faço parte. Minha cidade é assim? Eu escolhi viver aqui… e tantas outras sensações e senso de satisfação que escuto depois. Ah, em muitas cidades mantenho contato com pessoas que passaram um tempinho comigo. São laços que permanecem para aquela certeza de um novo café….  

Após a pandemia, com a possibilidade de trabalhar home office, muitas pessoas têm vontade de viajar pelo mundo enquanto trabalham. Qual a sugestão que você daria para quem deseja seguir esses passos? 

MC – Antes de viajar o mundo e, muitas vezes, pra preencher um vazio, caminhe pela rua do seu bairro. Vá conhecer um parque ou praça da cidade. Observe uma árvore florida. Perceba o que faz sentido pra você. O que te faz brilhar os olhos? Do que você gosta?! Consegue fazer isso sozinho(a)? Converse com estranhos, pergunte sobre o lugar, esteja presente. Muitos só reclamam de onde vivem por não saberem de suas próprias riquezas. Pra mim, viajar é sobre trocas. Faça-as, assertivamente.


A comida é um dos últimos traços culturais de um povo. Os descendentes têm dificuldade em manter o idioma, hábitos, cultura, mas há sempre um prato afetivo.  Adoro quando você finaliza mostrando as receitas. A memória da comida é algo muito marcante. Você poderia destacar algumas dessas delícias que ficaram na sua memória? 

MC – Antes mesmo de gravar a receita para o programa, tem comilança. Muitas vezes sou recebida com o tradicional pão caseiro (broa), margarina (e muitas vezes a chimia) e café. Pensa eu cansada, tagarelando o dia todo e no final da tarde essa mesa posta ❤️ Presentaço! Acolhedor! Também é uma boa oportunidade do entrevistado me observar. Sentir-se mais tranquilo, puxar papo, falar sobre suas experiências, expectativas e nervosismo. Já sobre as receitas, temos muitos tipos de bolinhos de banana, goiaba, bolos e tortas salgadas. Não dá pra eleger apenas uma.  E olha que muitas vezes os telespectadores nem ficam sabendo do baita almoço ou jantar que compartilho com a família dos entrevistados ❤️ 

A gente vê só a parte boa das viagens e deve ter muitos percalços que você e sua equipe têm que passar. Quais foram as principais dificuldades que já enfrentaram? 

MC – Quando se fala em turismo, automaticamente se pensa em bons hotéis, comida boa, lugares incríveis, tudo de fácil acesso. Mas não é bem assim. Quando vou para o interior, geralmente vou sozinha e encontro as equipes de cada praça da RPC. E sim, toda viagem tem perrengue! Já aconteceu de estar com o GPS ligado com o endereço do destino e chegar em lugar nenhum. Peço informação pra quem estiver passando, dou características, apelido do entrevistado e o que mais souber. Já cheguei na casa de desconhecidos e pedir a senha do WiFi. Nisso já recebo convite pra um cafezinho, vamos batendo papo, etc… não, não é porque me reconheceram como a “doidinha do Plug”, não. Quanto mais retirado, mais para o interior, mais acolhedores as pessoas são com as outras. Ah, sim. Depois que realmente acreditam que a “mulher do Plug” está na porta deles, fazem foto e riem, de nervoso. Muitas vezes se despendem e não acreditam que eu estava lá de papo….Vale dizer que a chuva já nos ferrou também?! Oxi, sim! Precisamos nos reorganizar para de qualquer jeito levar um programa! Já contei as vezes que fiquei de “rainha”? E as crises de enxaqueca?! Já fiquei deitada dormindo na cama de uma entrevistada que me ajudou: a Marcia, da Colônia japonesa, de Antonina, que precisou fazer compressa de água fria na minha cabeça. E no domingo, em algumas cidades pequenas, que não tem restaurante aberto?! Como faz pra almoçar?!   

Viajar é uma das coisas que eu também amo fazer. Mas, não há melhor lugar do mundo do que a casa da gente! O que você gosta de fazer quando está em casa?  

MC – Amo, eu amo colocar a minha roupa mais folgada, largada, zoada e ficar de bobeira. Seja cozinhando, rolando com o cachorro ou de papo furado. Vale também um bom filme com cafezôn depois?!

Agora que “estamos em casa” dê algumas dicas pra gente: Série, filme, livro, ou o que desejar.

MC – Casa é um lugar com a nossa “cara”. Se é pra estar ali, que seja leve e em boa companhia. Casa é um lugar que sempre se quer voltar. Estar. Descansar. Mudar. Eu amo ler, mas sou mais dos livros técnicos. Adoro produzir um artigo 🤭 Filmes, só se for com alguém conversando e me dando detalhes do que não percebi! 🤣 Sim, adoro papear sobre o roteiro, edição e personagem, e além de filmes, vale também em peças de teatro, apresentações, etc. Já percebeu que não dou nome e/ou detalhes das coisas que gosto?! Porque aprendi a cada vez mais ser flexível, observar o outro, me permito sentir, ver e experimentar novas situações. Como diz um amigo “se não fui apresentada”, não sei se gosto ou não.  

Jornal Folha da Mulher:|| EDIÇÃO DE NOVEMBRO/2023 – SÃO JOSÉ DOS PINHAIS, ENTREVISTA MICHELLY CORREA, página 26.

FOLHA DA MULHER SJP – ED 138 – NOV 2023 – KATIA VELO

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