DIA INTERNACIONAL DA MULHER – FOLHA DA MULHER – COLUNA KATIA VELO

SER MULHER

Pensei durante algum tempo; escrevi, deletei, reescrevi. O que eu poderia falar que ainda não tivesse sido escrito sobre o tema – DIA INTERNACIONAL DA MULHER.  A data já é amplamente comemorada, principalmente pelo comércio. Muito é noticiado, comentado, portanto, muitas vezes, pode até parecer que o assunto já está meio “batido”. Porém, com um olhar mais atento, ainda fico surpresa com o enorme número de mulheres que ainda são agredidas fisicamente. Agora há a Lei Maria da Penha (no. 11.340/2006). Ela mesma foi vítima do ex-marido durante mais de 20 anos, tendo sofrido inúmeras agressões, entre elas duas tentativas de homicídio. Ainda dentro do ambiente doméstico, há um grande número de crianças, meninas e mulheres que sofrem abusos e violências sexuais por pessoas próximas a elas, padrasto, pai, irmãos, vizinhos. É algo terrível! E quando falo em abuso sexual refiro-me até as piadinhas, pois elas também são uma forma de agressão. As feridas cicatrizam-se, mas há algumas que jamais fecham. Estão sempre ali, abertas e doloridas. São as agressões psicológicas que deprimem, impõem, deterioram, coroem a alma e o espírito. E este tipo de agressão é cometida por muitas pessoas, até mesmo por mulheres contra outras mulheres!

Agora, o que eu poderia escrever que pudesse ajudar? Há dentro de mim várias mulheres que murmuram. Mas nenhuma revolucionária como  Anita Garibaldi (lutou na Revolução Farroupilha) ou Kathleen Neal Cleaver (do Panteras Negras). Não quero lutar! Eu quero que as coisas fluam. Tampouco aqui quero levantar bandeiras feministas. Quero apenas, assim como a inglesa, Mary Wollstonecraft, afirmar que os direitos das mulheres são iguais aos dos homens. E digo mais, atualmente a questão de gênero já não é algo tão simples: homem e mulher.

Voltando aos direitos das mulheres, obviamente não tenho a paciência de uma Madre Teresa de Calcutá, muito menos sou Santa, porém, acredito cada vez mais que atitudes simples, feitas de maneira constante pode trazem grandes mudanças. Portanto, observem em sua casa, suas filhas, suas mães, suas vizinhas, suas amigas. Demonstrem-se interessadas, colaborativas e de mãos e corações abertos. Às vezes, uma boa conversa pode causar uma transformação, isto se, falarmos ou escutarmos com compaixão verdadeira.

Acredito que não assumirmos o papel de “Super Mulher Maravilha” já é algo importante. Eu não quero capa nem máscara. Eu quero amor e reconhecimento. Este papel de heroína é muito desgastante. Pior do que ser “Super” é ser perfeita, linda, maravilhosa. Lógico, cuidar-se, sentir-se bem, é fundamental. Mas eu não sou elegante como a Coco Chanel ou bonita como a Grace Kelly (a eterna princesa de Mônaco). Eu quero ser apenas EU, pois sou única. E tenho lá meus predicados. Estou cada vez mais feliz com o que sou, simplesmente porque me aceito. Não é tarefa simples, as imposições da mídia, da sociedade, da propaganda são muitas e com grande poder de fogo. Afinal, quem é que não fica com vontade de usar o xampu daquela propaganda mesmo sabendo que a artista jamais o usou!

Sou uma pessoa simples. Adoro ser mulher, mãe, dona de casa. Fico até com medo de confessar. O mundo está tão mudado que o que era certo, agora parece errado e vice-versa. Desde que me lembro por gente, gosto de laços, fitas, babados. Sempre quis casar de véu e grinalda. Quis ser mãe e passar pela dor do parto normal (afinal o nome já diz tudo). As minhas profissões também tem um “quê” de feminino: professora, artista plástica, colunista, fotógrafa, curadora. E o pior das confissões (quase que inconfessáveis), adoro cozinhar, lavar, passar, arrumar a casa. Para muitas, isto é motivo de vergonha e algumas ficam irritadas, pois se sentem submissas, ou em uma condição inferior.  O mais importante de tudo isto é que faço porque gosto e até quando quero. Sinto-me livre, leve e, portanto, cada vez mais ligada à minha família e principalmente ao meu marido e minha filha. Quero, assim como a pintora mexicana com a sua icônica monocelha, Frida Kahlo, mas sem o sofrimento dela (ufa),  simplesmente, viver intensamente, sendo apenas eu!

“Para que preciso de pés quando tenho asas para voar? ”  Frida Kalho

 

3 Comments on DIA INTERNACIONAL DA MULHER – FOLHA DA MULHER – COLUNA KATIA VELO

  1. Katia Velo querida
    Parabéns pela sua dedicação e empenho, pela matéria. Somos múltiplas, capacitadas, maravilhosas.
    Sempre será atual e motivo de reflexão ficarmos diante de todos os aspectos do significado deste dia.
    Força!
    Magia!
    Superação!
    Sensibilidade!
    Meu abraço carinhoso e admiração.
    “Não se nasce mulher. Torna-se mulher”
    Muito obrigada !!!

  2. Aline Teixeira // 9 de março de 2016 em 8:52 //

    Lindo! Amei!!!
    Quero que a luta, aliás, seja, deixar fluir o amor que cultivamos por todas as mulheres especiais em nossa vida, e pela nossa família, espelho do que somos para ela.

    um abraço e parabéns pelo texto!!

    Aline

  3. Obrigada ALINE! Beijos, Katia Velo

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