Curitiba discute mobilidade urbana

A economia compartilhada conquista cada vez mais adeptos e já em tendência na sociedade. A nova forma de consumo está presente em diversos segmentos e, na mobilidade urbana não é diferente. Seja com a inovação nos serviços já existentes ou por meio da tecnologia, com o uso de aplicativos para pedir táxis e com a popularização da Uber, diversas cidades estão adotando medidas para tornar o consumo compartilhado uma solução para problemas comuns, como o trânsito e a poluição gerada para o meio ambiente.

Neste mês, Curitiba (PR) ganhou uma nova autorização que colabora para o mercado compartilhado. Agora, os táxis que estejam transportando passageiros poderão trafegar pelas faixas exclusivas de ônibus. A medida tem o objetivo de melhorar o serviço e modernizar a cidade.

O especialista em inovação e coordenador da Pós-Graduação em Cidades Inteligentes e Inovadoras – Smart Cities da Universidade Positivo (UP), André Telles, acredita que o uso da faixa exclusiva deixa o táxi mais ágil. “É uma das medidas que deixam o sistema de táxis mais competitivos aos novos modelos de transporte de passageiros individuais, como a Uber. É fundamental que haja um pensamento de integração de modais e políticas públicas que favoreçam a inovação e o livre comércio. Em breve, estaremos pensando em como adaptar o sistema aos veículos autônomos, carros e bicicletas compartilhadas e eletropostos de abastecimento de veículos elétricos”, explica Telles.

Já em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad anunciou, no início do mês, o decreto que autoriza os serviços de transporte individual feito pela empresa Uber. Com a determinação, São Paulo torna-se a primeira cidade brasileira a autorizar esse tipo de serviço. Em todo o mundo, são 82 regiões, entre cidades, estados e um país que possuem as atividades regulamentadas por lei. Segundo a gerente de políticas públicas da Uber, Andrea Leal, que participou de um evento de mobilidade urbana na Universidade Positivo (UP), em Curitiba, o pensamento em relação ao serviço está mudando. “A conscientização de que o serviço de transporte diversificado beneficia população, profissionais do ramo, empresas de tecnologia e a cidade como um todo está começando”, afirma.

Durante a palestra, a gerente citou exemplos de outras cidades que já adotaram o serviço de Uber e confirmou que só há benefícios. “Em Paris e Nova Iorque, por exemplo, as estatísticas mostram que os problemas de congestionamento não aumentaram, nem houve perda de lucro por parte das companhias de táxis”, explica. Com menos de cinco anos de operação, a Uber está presente em 360 cidades de 68 países e fatura cerca de 2 bilhões de dólares por ano. No Brasil, com ou sem desregulamentação, tem cerca de 1 milhão de usuários.

Como é um serviço inovador, em que tanto o poder público quanto a população precisam se adaptar, ainda existem controvérsias. Um dos principais argumentos contra o sistema é que, por lei, o motorista que deseja dirigir um táxi no Brasil precisa de uma licença da prefeitura e de um alvará para o carro. Já para trabalhar para a Uber, o motorista precisa passar por uma avaliação, ser checado judicialmente e ter uma carteira de motorista. “Faz todo o sentido que o poder público entre para garantir padrões de qualidade e segurança. Não dá mais para falar em proibição. A ideia é olhar para frente e pensar em novas formas de regulamentação que possam abraçar novas tecnologias e outras empresas que ainda nem surgiram e possam vir a surgir”, diz Leal.

Em momento de recessão, essas iniciativas fazem ainda mais sentido, pois possibilitam mais opções de renda e alternativas de mobilidade para a população. O serviço ainda apresenta vantagens em questões de infraestrutura, monitoramento eletrônico, trânsito e meio ambiente.

Deixe um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*