Orquestra Sinfônica do Paraná apresenta trilha sonora de “2001: Uma Odisseia no Espaço”

Espetáculo acontece no dia 15/03 para o público em geral e nos dias 10 e 11 exclusivamente para alunos do Ensino Básico

Crédito: Maringas Maciel

Em uma galáxia distante, a evolução humana acontece. Do macaco surge o homem, que avança anos e anos à frente, dando espaço à tecnologia, à inteligência artificial, à vida extraterrestre e ao realismo científico. Esse é o cenário da história de “2001: Uma Odisseia no Espaço”, do diretor, produtor e roteirista Stanley Kubrick. Efeitos especiais pioneiros, imagens ambíguas que se aproximam do surrealismo, e as composições clássicas e eruditas que compõem a trilha sonora, tornam o resultado memorável. Para homenagear esse grande clássico do cinema, o IAOSP e a Orquestra Sinfônica do Paraná realizam a 3ª edição da série Clássicos Universais com o concerto “Assim Falou Kubrick”. O espetáculo acontece dia 15 de março, 10h30, no Teatro Guaíra a preços populares. O projeto  é patrocinado pelo Grupo Positivo, e integra  a série Clássicos Positivo, programação anual de incentivo à musica erudita realizada pela instituição. Nos dias 10 e 11 de março serão promovidos os ensaios abertos para as crianças das redes pública e privada de ensino, no Grande Auditório do Teatro Positivo.

O enredo é singular, ele é o fio condutor de uma das obras mais influentes da história do cinema. O concerto será regido pelo maestro  titular Stefan Geiger, alemão que está à frente da Orquestra Sinfônica do Paraná, e serão executadas quatro obras da trilha sonora do filme “2001: Uma Odisseia no Espaço” e uma  faixa bônus, composta por John Williams para o filme “Contatos Imediatos de Terceiro Grau”.

2001: Uma Odisseia no Espaço

O filme é enigmático e a ausência de diálogos é substituída por grandes trilhas sonoras que geram ao espectador a reflexão para a temática profunda e intrigante sobre as relações humanas com a tecnologia. Kubrick previu em 1978 como seria a relação do homem com os recursos tecnológicos e, sutilmente, faz uma crítica de como o ser humano pode estragar o lado positivo dos recursos conquistados por ele mesmo. Um simples pensamento – Tal como o macaco enxergou o osso como uma arma para matar, assim também o homem viu a tecnologia, como uma ferramenta para o seu próprio malefício. O silêncio do espaço traz a cada cena pequenas e grandes pausas e, com isso, a ação dos personagens é recheada pela música que traz movimento e intensidade à narrativa.

Compositores

Os compositores das trilhas sonoras são: György Ligeti, Aram Kachaturian, Richard Strauss, Johann Strauss II e John Williams. O húngaro György Ligeti foi um dos compositores de vanguarda mais importantes da segunda metade do século XX. Junto a Boulez, Berio, Stockhausen e Cage, é considerado uma das mais inovadores e influentes figuras do mundo musical de seu tempo. Seus trabalhos iniciais foram influenciados por seus conterrâneos Bela Bartók e Zoltán Kodály e, como eles, Ligeti estudou e transcreveu diversas obras de música folclórica húngara. Já Aram Kachaturian foi um compositor armênio nascido em Tbilisi, Georgia. Junto com Sergei Prokofiev e Dmitri Shostakovich, Kachaturian é considerado um dos grandes compositores do período soviético. Seu nome é reconhecido ao redor do mundo e suas composições são apresentadas em diversos países, sobretudo as obras “Dança do Sabre” e o ballet “Gayane”, cujo adágio será apresentado pela Orquestra Sinfônica do Paraná neste concerto.

Outro destaque é Richard Strauss, que demonstrou aptidão musical desde a tenra idade. Ele expandiu os limites da composição orquestral conhecidos até então, com trabalhos como Don Juan (1888-1889), Ein Heldenleben e Assim Falou Zaratustra (1895-1896). Esta última obra, que será apresentada no concerto pela Orquestra Sinfônica do Paraná, foi utilizada por Stanley Kubrick para a abertura do filme 2001, combinação que culminou em uma das cenas mais emblemáticas da história do cinema.

Já a composição escolhida por Kubrick para ilustrar as extensas cenas de estações espaciais e suas aterrissagens lunares em 2001: Uma Odisseia no Espaço foi a valsa Danúbio Azul, de Johann Strauss. O foco da obra do compositor austríaco foram as danças e operetas. Strauss compôs mais de 500 valsas, fato que o rendeu a alcunha de “Rei das Valsas”.

O último compositor presente no repertório  é o estadounidense John Williams, que nasceu em Nova Iorque em 1932. Desde a década de 1970, Williams elaborou a trilha sonora de mais de 100 filmes: Tubarão (1975), todos da série Star Wars, E.T. (1982), A Lista de Schindler (1993), e Contatos Imediatos de Terceiro Grau (1978). Foi ganhador de cinco Oscars e recebeu um número recorde de nominações.

A popular música clássica

Idealizado para cumprir um dos principais objetivos do Instituto de Apoio à Orquestra Sinfônica do Paraná – democratizar a música clássica – o projeto Clássicos Universais traz, em cada edição, obras consagradas mundialmente. São apresentações com composições que, de alguma forma, já permeiam o imaginário popular. “Um dos nossos grandes diferenciais é que a OSP executará obras de música contemporânea que raramente são executadas no Brasil. São obras que promovem novas abordagens às noções tradicionais de música, como harmonia e ritmo. O maior exemplo disso é a peça Atmosphères, do compositor Húngaro Gyorgy Ligeti, que usa elementos de composição musical baseados em texturas e micropolifonias. São novas formas de se pensar a música, que coincidem com uma nova forma de se fazer cinema, proposta por Kubrick”, explica a advogada e produtora cultural Marcella Souza, membro da diretoria do IAOSP.

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