Não gosto da escola do meu filho, e agora?

A psicopedagoga Deyse Campos explica o que fazer quando a escola não corresponde as expectativas da família

Alunos
Crédito: Divulgação


A vida escolar deve ser uma experiência envolvente para toda a família, gerando uma conexão saudável entre a instituição, os alunos e os responsáveis. Mas muitas vezes a expectativa inicial de conexão não acontece por diversos motivos e surge a grande dúvida: o que fazer?

Os motivos das diferenças entre escola e família são inúmeros, passando por dificuldades no relacionamento, desempenho escolar, localização ou até mesmo questões econômicas. A psicopedagoga Deyse Campos presta consultoria em escolas com as mais diferentes linhas pedagógicas há mais de 20 anos e acompanha de perto casos em que as dificuldades podem ser superadas e outros onde, infelizmente, as diferenças são irreconciliáveis.

“As diferenças que surgem entre família e escola muitas vezes são determinadas por um fato isolado, algo que não agradou, mas que não se repetiu. Nestes casos, aconselho uma conversa sincera entre todos os envolvidos para que possam superar estas dificuldades em conjunto. Nos casos em que a relação família-escola está realmente desgastada, acredito que buscar uma nova escola, mais alinhada com as expectativas familiares seja a solução. O que não pode acontecer, de maneira alguma, é a vida escolar da criança ou do adolescente sofrer com este impacto”, afirma a especialista.

As questões econômicas são mais fáceis de serem resolvidas, muitas vezes uma conversa entre a escola e a família pode levar a um acordo. “Já presenciei casos em que os pais iriam mudar o filho que estudava há anos em uma escola por não conseguirem arcar com os custos. Após uma conversa com a direção, foi possível negociar e a criança continuou seus estudos. Foi apenas uma questão de conversar e procurar uma solução”, conta a psicopedagoga.

Quando o caso é definitivo, e a família opta por mudar o aluno de escola, algumas medidas podem ser tomadas para minimizar o impacto da mudança. Segundo Deyse Campos, o primeiro passo é uma conversa sincera com o aluno. A família deve manter um diálogo aberto sobre a mudança, que neste ponto já não deve ser uma surpresa para a criança ou o adolescente, e analisar as dificuldades e o que esperam de uma nova instituição de ensino.

O ideal é que a mudança de escola aconteça ao final do calendário escolar, seja em dezembro ou nas férias de julho.  “Quando a única opção que resta é a mudança de escola, o caminho é seguir em frente buscando não repetir os mesmos erros. Uma autoanálise da família é fundamental neste momento, para entender qual o novo caminho a seguir. A partir daí o que vale é pesquisar a fundo uma instituição alinhada com os valores desta família e vivenciar ao máximo esta escola antes da matrícula. O que a família precisa ter em mente é que este momento de mudança não precisa ser traumático nem difícil, é possível fazer esta transição de forma leve para todos os envolvidos”, finaliza Deyse.

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