KATIA VELO É ENTREVISTADA POR CARLOS ZEMEK PARA A ICNEWS

Imagem do site ICNEWS

“Pensamentos de Artistas”
Carlos Zemek *

O objetivo desta coluna não é apenas falar de arte, mas sim falar sobre o aspecto filosófico e psicológico das artes. Ajudar o público a desvendar as mensagens e símbolos ocultos nas artes. Oferecendo uma visão mais íntima e profunda da inspiração, ideias e pensamentos que conduzem o processo criativo dos artistas.

A entrevistada da semana é a professora de arte, colunista cultural e artista plástica Katia Velo. É Especialista em História da Arte Moderna e Contemporânea – EMBAP-PR, Bacharel e Tradutora pela Universidade Anhembi/Morumbi e cursos de especialização em Educação na USP. É  Diretora de Comunicação  na APAP/PR. Ministra aulas de Arte na Escola Evolutiva e no Colégio SION. Possui em seu currículo, mais de 15 exposições individuais e mais de 100 coletivas (nacionais e internacionais).

Katia você é uma pessoa muito dinâmica e atua em áreas diferentes do universo cultural, é artista plástica, ministra aulas, e também  é jornalista cultural, qual dessas áreas lhe proporciona maior alegria?

Nossa, difícil responder. Francamente não sei. Amo todas estas áreas e, principalmente, todas elas estão relacionadas umas com as outras, ou seja, amo Arte, isto é o que me motiva, me inspira, sempre.

Como definiria a sua própria obra?

Eu tenho uma personalidade extremamente agitada. Eu sempre fui fascinada por cores, elas me atraem muito. Eu começo a entrar numa espécie de transe, de tanto ficar envolvida com o trabalho. Portanto, definir o meu trabalho seria definir-me e eu estou sempre em constante busca, em constante transformação, assim como meu trabalho. Eu me inspiro muito nos trabalhos da artista brasileira Beatriz Milhazes. Eu também gosto muito do  Kandinsky, do Gauguin, do Jackson Pollock, adoro o uso das cores do Matisse e o Klimt é o máximo!

Qual a mensagem de suas obras, que tipo de ideia ou sentimento você deseja transmitir com seu trabalho?

Trabalho sem pretensões de engajamento vanguardista ou ideologias, apenas um devaneio, um trabalho totalmente hedonista, pois busco o prazer estético. Mas,  também é uma forma de envolver as pessoas, de provocar encantamento. Se pudesse, enfeitaria o mundo com cores e flores.

 Como é  seu processo criativo? Você inicia com uma ideia , com uma imagem ou deixa que suas emoções possam se expressar livremente com o pincel?

O meu processo criativo é continuo. As vezes surge de um sentimento ou emoção muito marcantes, como a minha primeira exposição individual  7 Símbolos 7 Significados, outras por prazer estético como as Arabescos e Adornos, outras por acidente como a Tapisserie, outras após assistir a um filme como Adornos – Maria Antonieta e outros ainda na evolução do próprio trabalho como Arabesque Nouveau e Arabescos Monocromáticos.

Fale sobre sua técnica ou obra preferida e como é o processo de criação:

Minha técnica é sempre a sobreposição de cores, ou seja, uso camada sobre camada de tinta e até poucos momentos antes da exposição, ainda estou dando “umas pinceladas”. As obras são um pouco como minhas filhas, por isto é difícil escolher, mas uma das minhas obras preferidas é a Adornos I, que inclusive foi transformada em selo.

Como se pode iniciar uma criança nas artes plásticas?

É inato do ser humano o desejo de se expressar. O homem nas cavernas já sentia o desejo de deixar seu registro, antes mesmo de aprender a verbalizar. Por isto, toda criança adora desenhar e ao apresentar seus trabalhos dizem “olha que lindo que eu fiz”. No entanto, é natural que algumas crianças tenham mais facilidade ou mesmo talento do que outras, mas como qualquer outra atividade o empenho e dedicação, ampliam e aprimorar qualquer técnica artística. Portanto, uso um pouco de cada técnica citada, mas as crianças precisam apenas de incentivo, pois  amam Arte!

Conte um pouco sobre os trabalhos que deseja realizar neste ano.

Infelizmente, não sou muito de planejar, embora tenha feito cursos de planejamento estratégico. Eu apenas vou administrando tudo que vai aparecendo e, felizmente, tenho recebido tantos convites que até fico um pouco constrangida de dizer não. Mas, quero cada vez mais, participar de exposições em museus e espaços culturais de destaque dentro do cenário artístico nacional e também internacional.

* Carlos Zemek é artista plástico e curador. Contato pelo e-mail: cazemek@yahoo.com.br

Fonte: http://www.icnews.com.br/2013.04.10/colunistas/opiniao-do-leitor/pensamentos-de-artistas-12/

 

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