Exposição de arte e design ocupa a Embaixada do Brasil durante a Paris Design Week
No contexto da Paris Design Week 2025, a exposição Héritage Culturel et Savoir-Faire, promovida pela Bref Design Art, ocupa a Sala Villa Lobos da Embaixada do Brasil em Paris com uma curadoria de obras que conectam o Brasil e a França por meio da criação material, do gesto artesanal e da memória cultural. A mostra reúne nomes consagrados e novos protagonistas do design e da arte contemporânea em uma narrativa que celebra a herança como impulso criativo, assim como o nome do espaço que celebra o músico que levou elementos populares para a música erudita.
Unindo tradição e reinvenção, Héritage Culturel et Savoir-Faire destaca práticas sustentáveis, técnicas ancestrais e formas inovadoras de expressão. A curadoria aponta para o futuro sem romper com a origem — um chamado à escuta dos materiais, da natureza e das histórias que moldam o fazer artístico em tempos de transição.
Participantes confirmados:
Maximiliano Crovato, Ronald Sasson, Gisela Simas, Fernanda Froes, Raphael Zarka, Sy&Vie, Jay Boggo, Sandra Arruda, Tayná Scholten, Paula Sousa, Strauss, Carol Gay, Cris Bertolucci, Regina Silveira, Renata Meirelles, Armarinhos Teixeira, Lavinia Góes, Atelier Passarelli, Juliette Somnolet, Tim Leclabart, Henri Texier, Milene Guermont, CABOCO + Alagoas Feita à Mão, Eric Darmon e Triptyque Architecture.
“Héritage Culturel et Savoir-Faire é a tentativa de tornar visível aquilo que se perdeu no automatismo do cotidiano — o saber-fazer como ato existencial, o objeto como vetor de memória, o design como radução da cultura.
O Brasil sempre se deu melhor com a invenção do que com a permanência. No lugar da tradição sólida europeia, temos a astúcia, a sobrevivência criativa, o sincretismo formal. E isso se traduz em potência: a estética do entre-lugar, a ética da adaptação. Quando um designer brasileiro molda o pau-ferro, o faz como quem toca um tambor: há ritmo, há calor, há improviso.
Héritage — herança — não se trata aqui de preservar formas, mas de regenerar sentidos. Aquilo que se herda no design brasileiro não são estilos, mas atitudes. É o gesto artesanal como resistência ao algoritmo, é o saber local como desvio do protocolo global. A madeira cortada, o couro curvado, a fibra tensionada: são operações que recusam a obsolescência.
O design é um modo de habitar o mundo tecnicamente. Mas o que faz o brasileiro, quando cria, é subverter essa técnica: ele a “corrompe”, no melhor sentido — funde tradição com invenção, o barroco com o mínimo, o rito com a funcionalidade.
Por isso, essa exposição deve ser vista como uma constelação de códigos no contexto do ano Brasil-França. O que está em jogo é a possibilidade de uma nova linguagem estética compartilhada, que atravesse fronteiras não para uniformizar, mas para abrir frestas no sistema. Cada objeto — seja um banco escultural de Crovato ou a instalação orgânica de Fernanda Froes — é uma proposição de mundo. E o mundo proposto aqui é o da experiência e da razão poética. E o design, antes de ser mercadoria, pode ainda ser gesto, mensagem, e talvez até — quem sabe — esperança.”
— Pat Monteiro Leclercq, fundadora da Bref Design Art
Bref, design art idealizado por Pat Monteiro Leclercq e atualmente sediado em Paris, é um projeto nômade que apresenta e representa o design colecionável brasileiro e francês em diálogo com a arte contemporânea, ocupando locais únicos ao redor do mundo.
Serviço:
Exposição: Héritage Culturel et Savoir-Faire
Onde: Sala Villa-Lobos | Embaixada do Brasil em Paris
End: 34 Cours Albert 1er, 75008 Paris
Quando: 3 a 5 de setembro de 2025, das 12h às 18h
Vernissage: 3 de setembro, para convidados no Salão Nobre, das 18h30 às 21h30
Agenda Paris Design Week 2025
Realização: Bref Design Art
Apoio: Embaixada do Brasil em Paris
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