ENTREVISTA ESPECIAL E EXCLUSIVA COM A ARTISTA ANA LECTICIA MANSUR SOBRE A EXPOSIÇÃO EXISTÊNCIA EXIBIDA NO MUSEU GUIDO VIARO

A exposição é sucesso de público e crítica tendo um número surpreendente de visitantes e ampla divulgação pela imprensa.

Fotos da artista Ana Lecticia Mansur durante exposição em Dallas.
Crédito: Divulgação

A exposição EXISTÊNCIA, de Ana Lecticia Mansur, é uma experiência que toca fundo e permanece em quem a visita. Suas obras revelam camadas de vida e sentimentos, transformando a trajetória pessoal da artista em um convite à contemplação.

A abertura, realizada em 6 de maio de 2025, foi marcada por arte, afeto e beleza. Tive a honra de participar de perto: assinei um dos textos do catálogo e atuei na assessoria de comunicação da mostra. Um privilégio que recebo com gratidão e emoção.

A seguir, uma entrevista especial com Ana Lecticia Mansur, que compartilha as emoções da estreia, os bastidores da exposição e a poética visual de suas obras. Como tudo que envolve essa artista querida: uma conversa verdadeira e profundamente humana.

A artista Ana Lecticia Mansur em seu ateliê durante processo de criação de suas obras. Crédito: Divulgação

Entrevista com Ana Lecticia Mansur – Exposição EXISTÊNCIA

  1. Ana Lecticia Mansur, estar no Museu Guido Viaro é, sem dúvida, um marco na trajetória de qualquer artista. Como foi para você vivenciar esse momento tão simbólico e significativo? Estar no Museu Guido Viaro trouxe inúmeros encontros, descobertas, vivências. A família Viaro, muito acolhedora e generosa, cuida da instituição com amor e devoção, promove gratuitamente a cultura e oferece espaço para exposições temporárias. No dia a dia do museu, percebe-se a honra com que o legado de Guido Viaro é carregado. Constantino e Guido, filho e neto do artista, figuras ímpares respeitadíssimas no universo artístico, dedicam salas aos amigos, como Dalton Trevisan e Jair Mendes, e transmitem com zelo e bom humor passagens da história desta expressiva e distinta colaboração para a cultura nacional. Me sinto muito feliz e honrada por esta oportunidade, que eu recebo como um SIM para a minha arte. É o reconhecimento e o incentivo para seguir a minha trajetória.
  • A abertura da exposição foi muito especial; uma verdadeira celebração à arte e à amizade. O piano de John Strapasson, o cardápio cuidadosamente elaborado, a presença de tantos amigos, artistas, familiares… Tudo foi pensado com tanto carinho. Como foi para você preparar cada detalhe? O que mais te emocionou nessa noite inesquecível? Procurei honrar a oportunidade com a mesma generosidade que me foi oferecida. Os preparativos foram pensados para celebrar a amizade, o carinho e a união. Receber o apoio da “nossa gente” é encorajador, aquece o coração e incentiva a continuar. Vários momentos me emocionaram – o número expressivo de visitantes, minha família reunida, amigos de longa data, alguns que eu não via há muitos anos e outros que vieram de bem longe especialmente para a noite de abertura. Muito difícil dizer o que mais me emocionou, mas o encontro entre meu pai, Mansur, e Constantino Viaro, foi muito marcante! Essa passagem reforça o valor das amizades e a minha profunda admiração pelo meu pai, ser humano incrível, meu exemplo de dedicação, lealdade e comprometimento com o bem. Esta admiração se refere também ao seu querido amigo Constantino, que me recebeu com os braços abertos, acolheu minha arte, ofereceu seu renomado espaço para que eu mostrasse meu trabalho. Recebi muitas flores, presentes e cartões com mensagens de carinho, estas lembranças estão guardadas no coração e na caixa de memórias que mantenho no meu atelier e visito com frequência.
A artista Ana Lecticia Mansur durante o lançamento do seu portfólio bilingüe, lançado em nos Estados Unidos e no Brasil.
Crédito: Divulgação
  • Tive a honra de escrever o texto de abertura do catálogo, e me sinto profundamente grata por ter participado tão de perto dessa trajetória. O catálogo está belíssimo e sensível, com participações importantes como da curadora e amiga Carla Schwab e do reconhecido professor e crítico de arte Oscar D’Ambrosio. Como você percebe a importância desses diferentes olhares críticos sobre sua obra neste momento da sua jornada artística? A equipe que eu tenho o privilégio de contar neste marco da minha trajetória artística é, sem dúvida, o maior valor agregado à minha arte. Nossas trocas são profundas, os olhares, cautelosos. Uma mostra no museu traz ainda mais responsabilidade. Acredito que ninguém faz nada sozinho, fui trazida até aqui pelas vivências e, principalmente, pelas pessoas que fazem parte da minha vida. Carla Schwab conhece detalhadamente meu trabalho, me acompanha desde que me profissionalizei como artista. Carla é muito exigente como orientadora, o que impulsiona e não permite permanecer na zona de conforto. Minha grande admiração pela mulher e artista, mas, sobretudo, pela sua versatilidade como professora. Sua capacidade de ensinar diferentes técnicas e incentivar o estilo próprio de cada artista é impressionante. D’Ambrosio é um devoto da arte, promove encontros semanais entre artistas, entrega seu olhar cirúrgico para cada alma que o procura, transborda generosidade. Sua formação de excelência e atuação permanente diretamente com o fazer artístico, promove um apanhado preciso do que vê. Sua crítica revela o que nós, artistas, muitas vezes não conseguimos enxergar em nosso próprio trabalho. E você, Katia, é a profissional mais completa do mundo das artes. Pintora, escritora, jornalista, curadora, produtora cultural. Tudo isso temperado com dedicação, bom humor e amor pelo que faz. Tua companhia nesta jornada é um alento para os momentos difíceis e vibrações de alegria para cada conquista. Tuas palavras, escritas ou faladas nos infinitos áudios que trocamos, têm peso porquê são frutos da maturidade, do nítido enfrentamento da vida “de verdade”, como eu gosto de dizer. Meu eterno agradecimento a vocês três, Carla, Katia e Oscar, por tirarem o melhor de mim.
  • Após a abertura, você recebeu grupos em visitas guiadas, criando momentos de troca e aprofundamento. Como foi essa experiência de conduzir essas conversas tão íntimas sobre o seu processo criativo? Os encontros na exposição, individuais ou pequenos grupos, são o melhor desta experiência. Ouvir o que o público sente quando olha para o meu trabalho, traz reflexões inéditas e inusitadas. Muitos querem me ouvir também, perguntam do processo criativo e o diálogo se amplia, vai além do que se vê. Sinto que amadureço com cada visita. Afinal, a arte é para ser compartilhada e a obra só encontra o seu fim no expectador.
  • A repercussão da exposição tem sido maravilhosa, com matérias na imprensa, redes sociais, etc. O que tem te tocado mais nesse retorno tão generoso da mídia e do público? A exposição EXISTÊNCIA é o meu agradecimento à cidade que me impulsiona e ao meu povo. O número expressivo de visitantes, as publicações na imprensa e as inúmeras manifestações de carinho e apreço pelo meu trabalho, representam para mim o reconhecimento da minha presença como cidadã e artista. Me sinto muito amada, bem quista e respeitada pelo prestígio que tenho recebido.
Ana Lecticia Mansur e uma de suas obras.
Crédito: Divulgação
  • Sua escolha de equipe foi muito criteriosa e afetuosa: curadoria de Carla Schwab, apresentação de Claudio Calluf, fotografia de Gab Nassif, vídeos de Gabriela Lima e Tulio Viaro… e, com alegria, minha assessoria e contribuição textual, entre outros. O quanto esse conjunto de profissionais, amigos e parceiros impactou no resultado final da mostra? A equipe é a própria EXISTÊNCIA. Não se faz nada sozinho, a força é do grupo. Eu atribuo o sucesso da mostra à participação carinhosa e precisa de cada um dos profissionais. Trabalhamos juntos de forma harmoniosa, coerente, respeitosa. Cada um entregou o que tem de melhor, o resultado é de todos. Meu eterno agradecimento a vocês, que aceitaram estar ao meu lado neste momento tão especial.
A artista Ana Lecticia Mansur em frente a obra que dá título a exposição “Existência”. Gab Nassif @gabsnassif
  • Por fim, Ana Lecticia Mansur, não poderia deixar de perguntar sobre suas obras. Poderia compartilhar conosco um pouco mais sobre o processo de criação de algumas delas, como Chuva de Bênçãos, Vestido de Noiva ou a impactante EXISTÊNCIA? Livre para criar, assim eu trabalhei especialmente para a estreia no prestigioso Museu Guido Viaro. Devo enfatizar que esta liberdade me foi concedida pela curadora da mostra, Carla Schwab. “Crie, se entregue, ouse, erre. Escolher as obras que irão para a exposição agora é um problema meu e da Katia”, me disse Carla quando comecei a pensar na mostra. A responsabilidade era grande, eu busquei o melhor de mim, me entreguei confiante ao processo criativo. Comecei com meus estudos, esboços e textos reflexivos. Nasceu Petit Jardin III, um “buquê” que inspirou Vestido de Noiva, obra criada na atmosfera do casamento da minha sobrinha Anna Clara, que a família vivia intensamente. Impermanência traz o movimento, o vai e vem da vida e das emoções, a lembrança de que nada é tão permanente quanto a mudança. Existência é meu grito, minha alma escancarada, que tentou ficar guardada (risos) e você, Katia, junto com a Carla, incluíram nos conjunto das 18 obras que compõem a mostra homônima. Curiosamente, foi a obra escolhida pela Dani Nudelman, designer, para a capa do catálogo. Acredito que esta obra marque o momento pela intensidade das cores e a vibração dos gestos. Cada trabalho tem sua própria história, mas o que me toca são as diferentes interpretações do expectador. A vida nos presenteia com oportunidades incríveis, temos que agarrá-las, aceitar os desafios, entregar o nosso melhor e agradecer, por tudo. A vida não é um mar de rosas, mas é uma Chuva de Bençãos, meu agradecimento!

Por Katia Velo – artista visual, colunista cultural, assessora de comunicação e idealizadora da Coluna KV e proprietária da Katia Velo – Arte, Cultura e Comunicação.

Visite a exposição até 14 de junho de 2025.

Publicação sobre a aberturada exposição Existência:

https://www.katiavelo.com.br/noite-memoravel/

Museu Guido Viaro – Rua XV de Novembro, 1348 – Centro – Curitiba – PR

Horário de visitação: terça a sábado, das 14h às 18h

Entrada gratuita

Estacionamento anexo (entrada pela Rua General Carneiro)

Mais informações: http://www.museuguidoviaro.com.br/

Maiores informações sobre a artista Ana Lecticia Mansur

Instagram @analecticiamansur

Site: https://analecticiamansur.com.br/

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