Centenário da UFPR é lembrado por vestibulandos

Curso Pré-Vestibular promove aulão beneficente sobre acontecimentos que marcaram o Paraná, o Brasil e o Mundo, nos 100 anos da Universidade Federal do Paraná

O reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Zaki Akel, participou do 2º Encontro Cultural Acesso 2012, no último sábado, dia 22, e informou que a universidade já recebeu 72 mil pré-inscrições para o vestibular de verão. Dia 19 de dezembro, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) completa 100 anos e, de acordo com o diretor do Pré-Vestibular Acesso, Ivo Lessa Filho, o vestibulando que conhecer a história da instituição, suas principais contribuições para a sociedade e grandes nomes que já passaram por lá, deverá se destacar na conquista de uma das 6.200 vagas ofertadas.
Por isso, o tema foi abordado em todas as disciplinas no grande aulão que reuniu mais de 1.500 vestibulandos. Na ocasião, o reitor Zaki Akel Sobrinho contou toda a trajetória da universidade mais antiga do Brasil e falou sobre o que espera da instituição e dos alunos que nela ingressam.
O encontro contou com aulas de biologia, história, química, física e produção de texto. Os principais fatos ocorridos em 1912 foram relatados e analisados pelo professor de história, Julio Cesar Siqueira. No mundo, destaque para o naufrágio do Titanic, em 14 de abril. O Paraná participava da Guerra do Contestado, com 7 mil soldados, contra 10 mil sertantejos de Santa Catarina. O Brasil, presidido por Hermes da Fonseca, ganhava sua primeira universidade, no Paraná, que foi inaugurada como instituição privada – tornando-se pública e gratuita apenas na década de 50.
Já o professor Marcos Monteiro trouxe aos vestibulandos uma análise da função da universidade na sociedade mundial – tema que, segundo ele, é um grande candidato a aparecer nas provas discursivas e na própria redação da UFPR. Monteiro contou que, em 1.200, na Europa, a universidade tinha a função de produzir conhecimento. No século XIX, surgem as universidades norte-americanas, com a função de produzir tecnologia. Já no Brasil, as universidades surgiram para promover a inclusão social.
O professor Augusto Adolfo Borba, de biologia, prestou uma homenagem ao médico, professor e pesquisador, Ennio Luz, que lecionou na UFPR até os 85 anos de idade, quando faleceu, no ano passado. Ennio Luz foi um dos maiores estudiosos da esquistossomose – grande aposta de tema do professor para as principais provas de vestibular do país, já que neste ano foi anunciada a vacina para a esquistossomose desenvolvida inteiramente no Brasil – a primeira vacina no mundo contra uma doença causada por um parasita.
Saiba mais sobre a história da UFPR
Dalton Trevisan, escritor formado em Direito, Jaime Lerner, ex-governador que ingressou no curso de Arquitetura, e Teresa Urban, militante que cursou jornalismo. Esses são apenas alguns nomes de destaque nacional que passaram pela universidade mais antiga do Brasil.
A criação da instituição data de 1912, mas a história da UFPR começou dez anos antes, quando Rocha Pombo lançou a pedra fundamental na Praça Ouvidor Pardinho. O projeto não foi levado adiante por conta da instabilidade da região, que estava em meio à Revolução Federalista do Sul do Brasil, conflito gerado por divergências entre as elites federalistas e republicanas.
Dez anos mais tarde, época na qual a economia paranaense era próspera graças à produção de erva-mate, lideranças políticas se manifestaram a favor da universidade, pela carência de intelectuais que ocupassem cargos de destaque na região. O projeto teve continuidade nas mãos de Victor Ferreira do Amaral e Silva, que a criou efetivamente em 19 de dezembro de 1912. No ano seguinte, a instituição começou a funcionar, como entidade particular, oferecendo cursos nas áreas de saúde, ciências jurídicas e sociais.
A recessão econômica gerada pela Primeira Guerra Mundial foi o primeiro grande entrave para a manutenção da UFPR. O Governo Federal era contra iniciativas independentes dos estados e, então, foi anunciada uma lei que determinava o fechamento das universidades. Para driblar a ordem federal, a UFPR foi dividida em várias faculdades, que só foram reunidas novamente na década de 50, contando com o apoio popular. Foi também nos anos 50 que a universidade se tornou federalizada e, portanto, uma instituição pública e gratuita.

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