EXPOSIÇÃO JULHO ÂMBAR: RETRATOS DO LUTO PARENTAL

Eu assino a curadoria em parceria com Fernanda Góss Braga

Foto: Arquivo pessoal de Giulia Foglia.
Detalhe: adorno com imagem do irmão Enrico Foglia e da avó paterna, Dona Ruth.
A fotografia compõe a exposição “Julho Âmbar: Retratos do Luto Parental”, em exibição na Assembleia Legislativa do Paraná.

Quando a dor se transforma em imagem e memória

Como curadora da exposição Julho Âmbar: Retratos do Luto Parental, sinto a profunda responsabilidade de tratar deste tema com o máximo respeito, cuidado e sensibilidade.

Não sou mãe enlutada; e jamais ousaria falar sobre uma dor que não vivi. Sou madrinha enlutada. A perda do meu afilhado, Enrico Foglia, foi devastadora. Desde então, compreendi, de alguma forma, que poderia transformar essa dor em ação.

Em 2021, a convite da presidente Fernanda Góss Braga, tornei-me sócia-fundadora da Associação Dando Voz ao Coração. E, quando Fernanda me convidou para realizar a curadoria desta exposição, mesmo estando em viagem e sem muitas informações, bastou ouvir o título já escolhido por ela : Julho Âmbar: Retratos do Luto Parental, para aceitar.

Esta exposição nasceu do desejo de transformar a ausência em memória e homenagem. Ao receber cada fotografia enviada por mães e pais enlutados, fui tocada por histórias de amor infinito, saudade profunda, sofrimento silencioso, mas, sobretudo, de muito amor. São imagens que falam de quartos vazios, brinquedos guardados e também de momentos da gravidez, pezinhos e sapatinhos, cenas em família e homenagens delicadas; como um adorno no buquê da irmã do Enrico, (FOTO), no dia do casamento em Toscana, Itália.

A opção pela fotografia em preto e branco vai além da estética: é uma escolha simbólica, que reforça a atemporalidade desses sentimentos. Não importa o tempo de vida desses filhos e filhas; eles existiram, importaram e continuam vivos no coração de quem os ama.

As imagens foram gentilmente cedidas pelas famílias, vindas de seus arquivos pessoais. Justamente por esse caráter íntimo e real. Devido à baixa resolução de algumas fotos, Fernanda e eu, nos dedicamos a organizar tudo para que todos pudessem participar. Como resultado, a exposição foi realizada com fotografias em diferentes tamanhos, compartilhando a mesma dor e o mesmo desejo de eternizar a memória dos filhos.

Que esta exposição seja um tributo à vida que foi, à saudade que permanece e ao amor que nunca acaba.

Um abraço fraterno a todos.

Katia Velo
Artista visual, colunista cultural e curadora da exposição
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